19&20   
Volume IV, número 1janeiro 2009                                       ISSN 1981-030X

                   

 

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DezenoveVinte

 

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Editorial

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Em seu primeiro número de 2009, 19&20 traz de volta a seção Critica de Arte. Desta vez, no entanto, os artigos não enfocam a atuação de escritores profissionais, mas, antes, lançam luz sobre a significativa faceta da atuação de nossos artistas oito-novecentistas como teóricos e/ou criticos de Arte. É o que nos revela o texto de Valéria Salgueiro sobre a pouco discutida atuação de Antonio Parreiras como crítico, bem como o artigo de Paula Ferrari que aborda idéias estéticas fundamentais contidas nos escritos do multifacetado Manoel de Araújo Porto-alegre.
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Os artigos da seção Obras abrem espaço para vias de estudos ainda pouco abordadas em nossa Historiografia de Arte. Se nesta última a produção cultural do século XIX é quase identificada com uma visão da Arte afirmada com o Iluminismo e ligada aos gêneros e temas laicos, bem como à atuação de artistas vinculadas aos postulados acadêmicos, o trabalho de Nancy Rabello mostra, em contraponto, a relevância de um conjunto de imagens religiosas oitocentistas, dotadas de particularidades expressivas que as diferenciam daquelas produzidas no período colonial brasileiro. Já o texto de Madalena Zaccara e Darlene Araújo, ao abordar o Altar da Pátria, monumento central na paisagem urbana da capital paraibana, João Pessoa, discute aspectos da Arte Pública produzida para além do eixo Rio-São Paulo.
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Os trabalhos de Arquitetura e Artes Decorativas aprofundam as discussões sobre as relações Brasil-EUA, seja no campo da afirmação das noções de Progresso e Modernidade, frisada por Jorge Nassar Fleury em sua análise da participação do Brasil na Exposição de Chicago, em 1893, seja no campo das trocas artísticas e culturais, evidenciadas no artigo de Fernando Atique sobre a trajetoria do arquiteto George Henry Krug, formado na University of Pennsylvania.
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Na seção Ensino Artístico, Alba Carneiro Bielinski apresenta um panorama da história do Liceu de Artes e Ofícios, instituição que, desde meados do século XIX, desempenhou um papel importantíssimo na formação de profissionais ligados às Artes Aplicadas e que voltaremos a destacar nas próximas edições de 19&20. Já Reginaldo da Rocha Leite apresenta novos resultados de suas pesquisas sobre a pedagogia da Academia Imperial das Belas Artes, enfatizando, dessa vez, a importância fundamental que possuía, no seio do ensino acadêmco brasileiro, o conhecimento das distintas Escolas Artisticas européias.
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Na seção Artistas, Mabeli dos Santos Fernandes e André Toral tratam de aspectos da produção de dois pintores que, malgrado suas diferenças, mantiveram-se, ao longo de seus percursos artísticos, vinculados ao Idealismo: Nicolao Facchinetti, com sua reelaboração da paisagem brasileira em suas pinturas preciosistas, e Victor Meirelles, com suas reflexões críticas a respeito do 'Realismo' fotográfico. 
Por fim, a transcrição dos Relatórios Ministeriais sobre a Academia das Belas Artes, iniciada no presente número por Arthur Valle e Camila Dazzi, dá continuidade às intenções da seção Fontes Primárias, ampliando o considerável corpus documental por nós já disponibilizado, que visa lançar bases mais confiáveis para os futuros estudos sobre a Arte oito-novecentista brasileira.
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Arthur Valle
Camila Dazzi
Editores
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