19&20       
Volume V, número 1janeiro 2010...................................ISSN 1981-030X.....

                   

 

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Instruções para publicação

 

Expediente

 

DezenoveVinte

 

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Editorial
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Nessa primeira edição de 19&20 de 2010, inauguramos uma nova seção dedicada às discussões da historiografia da arte do século XIX e primeiras décadas do século XX, tópico reiteradamente abordado em artigos publicados em números anteriores da revista. O texto que abre a seção é de autoria de Pierre Vaisse, professor honorário de história da arte na Université de Genève, certamente um dos mais importantes estudiosos de língua francesa da arte oitocentista, mas cuja obra permanece praticamente inédita em língua portuguesa. O trabalho aqui traduzido, intitulado A estética do século XIX: da lenda às hipóteses, foi publicado originalmente em 1987, em uma edição da revista francesa Le Débat dedicada às polêmicas em torno da inauguração do Musée d’Orsay, evento dos mais emblemáticos no processo de reavaliação crítica pelo qual tem passado a arte oitocentista nas últimas décadas, tanto na Europa quanto nas Américas.
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No espaço reformado da gare de Orsay, como é notório, obras assinadas por nomes
há muito consagrados pela historiografia modernista se encontram expostas ao lado daquelas realizadas por artistas por longo tempo considerados como a própria encarnação de uma arte acadêmica tida como estéril e reaciónaria. A abertura das portas do Musée d’Orsay contribuiu, portanto, para por em evidência um debate que certos ideólogos prefeririam crer superado. Ao refletir sobre os motivos por trás de tal subversão de hierarquias estéticas há muito estabelecidas, Vaisse destaca as incongruências insustentáveis que são inerentes à visão maniqueísta da arte do século XIX que serviu de pano de fundo para a afirmação das estéticas modernistas. Simultaneamente, ele apresenta hipóteses a respeito das transformações de fato verificáveis na arte oitocentista que ... 
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Como o leitor poderá perceber, boa parte dos artigos da presente edição de 19&20 partilham, à sua maneira, do esforço de Vaisse em relativizar a referida visão maniqueísta da arte do século XIX, que no Brasil, ao menos, continua muito difundida, inclusive entre os supostos especialistas.
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Arthur Valle
Camila Dazzi
Editores
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