19&20          


                   

 

I Colóquio Nacional de Estudos sobre Arte Brasileira do Século XIX

.

Número atual

 

Sobre a revista

 

Números publicados

 

Expediente

 

Instruções para publicação

 

DezenoveVinte

 

Editorial

 
Nosso Editorial foca aqueles artistas e temas que estabelecem pontes de contato entre os artigos que compõem este número de 19&20, o último de 2007. O primeiro deles é Félix-Émile Taunay, cujo papel fundamental na consolidação da Academia das Belas Artes do Rio de Janeiro é referido nos dois textos da atual seção Ensino Artístico. No primeiro, a pesquisadora Elaine Dias inicia suas considerações a respeito das transformações que o ensino de modelo vivo conheceu na Europa do século XIX, fazendo referência às iniciativas de F.-E.Taunay em implantar tal prática no ambiente artístico brasileiro. Já Reginaldo Leite e Danilo Coelho, chamam a atenção para o esforço pioneiro do artista na constituição de um corpus de textos que servisse como embasamento teórico na formação do artista brasileiro oitocentista: no seu importante compêndio Epitome de Anatomia ..., F.-E. Taunay fazia referência aos estudos sobre a fisiologia das paixões de Charles Le Brun e reafirmava assim a relação - fundamental dentro do sistema acadêmico de ensino - entre artes visuais e retórica.

Resumida no famoso mote horaciano ut pictura poesis, essa relação entre pintura e literatura é retomada na seção Obras, onde Fábio Cerdera analisa a trama imagem/texto que o pintor Antonio Parreiras tece em seus trabalhos como ilustrador. Ainda na seção Obras, Cybele Fernandes expõe suas pesquisas a respeito das Exposições Gerais de Belas Artes no período imperial, em um artigo que funciona como pendant àquele da mesma autora publicado no número anterior de 19&20. Já Helder de Oliveira nos brinda com novos detalhes a respeito do artista fluminense G. B. Castagneto, tratando especialmente da 
atuação deste no meio artístico paulista de fins do Século XIX.

Uma outra transposição de fronteiras, relativa dessa vez à atuação de artistas europeus no Brasil, é um tópico que aproxima dois dos textos da seção Arquitetura e Artes Decorativas. Os pesquisadores Nivaldo de Andrade e Cláudia Ricci apresentam, em seus respectivos artigos, como a atuação de figuras como o engenheiro napolitano Filinto Santoro e o arquiteto espanhol Adolfo Morales de los Rios ajudou a configurar a prática arquitetônica brasileira em consonância com as tendências historicistas em vigor na Europa contemporânea. O conceito de Ecletismo, com sua fortuna crítica e sua diversidade estilística, constitui, portanto, um outro tema que relaciona os textos de Andrade e Ricci, e que se encontra igualmente referido no de Arthur Valle, que, aproximando arquitetura e pintura decorativa, discute como as funções específicas dessa última modalidade artística se refletiram nas suas particularidades formais e temáticas.

Jean-Baptiste Debret, Pedro Américo e Rodolpho Bernardelli, velhos conhecidos dos leitores de 19&20, são os temas dos artigos de Janaína Beta, Suely Weisz e Vladimir Machado que compõem a atual seção Artistas e Coleções. Finalizando, Camila Dazzi apresenta um comentário sobre Belas Artes: Estudos e apreciações (1885), de Félix Ferreira – um dos primeiros e mais interessantes livros dedicados exclusivamente às artes visuais publicados no Brasil oitocentista, e do qual alguns trechos podem ser acessados diretamente a partir da revista.

Arthur Valle
Camila Dazzi
Editores