Rumo a uma história da arte verdadeiramente global *

Rafael Cardoso **

CARDOSO, Rafael. Rumo a uma história da arte verdadeiramente global. 19&20, Rio de Janeiro, v. XVII, n. 1-2, jan.-dez. 2022. https://doi.org/10.52913/19e20.xvii12.05

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Resenha de:  20th Century Indian Art: Modern, Post-Independence, Contemporary, por Partha Mitter, Parul Dave Mukherji, Rakhee Balaram, London: Thames and Hudson 2022, 744 páginas. ISBN-10: 0500023328, ISBN-13: 978-0500023327

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1.      É difícil imaginar dois países mais apartados do que a Índia e o Brasil. Um está situado no Oriente e, geograficamente, no hemisfério norte; o outro, pelos mesmos critérios, se situaria, provavelmente, no Ocidente e principalmente no hemisfério sul. O primeiro é densamente povoado, em grande parte por povos que vivem na região há milênios; o segundo é povoado de maneira mais esparsa, predominantemente por descendentes de migrações, livres ou forçadas, que ocorreram ao longo dos últimos séculos. A Índia, apesar de sua longa e complexa história, é um Estado-Nação moderno há apenas 75 anos; o Brasil, apesar de sua história supostamente recente, acaba de comemorar duzentos anos de independência. A lista de diferenças poderia ser expandida, envolvendo: línguas e religiões; vestuário, música e culinária; costumes e sexualidade; relações de gênero, classe e raça. Pontos mais precisos poderiam ser debatidos infinitamente. Talvez o mais relevante, para fins de história da arte, é que a Índia é considerada na Europa como uma cultura antiga, com uma rica tradição artística própria, enquanto o Brasil é visto pelo mesmo olhar eurocêntrico como uma cultura nova e derivativa, moldada principalmente pelo colonialismo e, posteriormente, pela modernização. As duas nações ocupam espaços muito distantes na imaginação histórica da arte, e é incomum vê-las consideradas juntas nas páginas de um periódico relacionado à disciplina.

2.      Essa comparação pretende evidenciar o quão incongruente é solicitar a um especialista em história da cultura brasileira a resenha de um livro sobre arte indiana. Dirijo-me diretamente ao leitor interessado, em primeiro lugar, para dizer que provavelmente sei menos sobre arte indiana do que você. Dito isto, depois de ler 20th Century Indian Art: Modern, Post-Independence, Contemporary (Arte Indiana do Século XX: Moderna, Pós-Independência, Contemporânea), sei muito mais do que sabia antes. Se eu escrevesse um endosso de sobrecapa ou para um site de resenhas de livros, poderia relatar com toda a sinceridade que o volume é uma introdução viva a um tópico complexo, acessível ao leitor em geral, repleto de informações e análises, e produto claro de uma erudição acadêmica de grande envergadura. Tudo isso é verdade, mas não expressa o quanto o livro contribui no avanço da agenda da chamada história da arte global. Dada a falta de conhecimento do resenhista sobre o tema da arte indiana, o presente texto enfocará os desafios desta última tarefa.

3.      Um grande mérito da 20th Century Indian Art é que o livro oferece novas perspectivas sobre alguns dos problemas mais intrincados do estudo da história da arte em contextos não europeus. Uma profusão de questões que os investigadores latino-americanos estão acostumados a pensar a partir do ponto de vista da relação da sua região com a Europa e os Estados Unidos - hibridismo e sincretismo, primitivismo e arte popular, nacionalismo e identidades regionais, autenticidade e derivação, atraso e modernização - aqui ressurgem em novas configurações, ligados a nomes e eventos inauditos, mas que ressoam de maneiras estranhamente reconhecíveis. De minha posição externa, a experiência de ler o livro foi como olhar para um espelho distorcido, e frequentemente tive que ficar atento para não cair no exercício de postular equivalências enganosas. Alguns exemplos podem tornar isso que afirmo mais claro. Em que medida a apropriação de motivos indígenas pelos modernistas latino-americanos pode ser aproximada dos esforços de Abanindranath Tagore e Nandalal Bose? A relação entre Amrita Sher-Gil e Frida Kahlo - já há muito tempo estabelecida por Geeta Kapur - como artistas femininas divergentes, que se preocupavam em representar a alteridade no contexto de um modernismo dominado por artistas homens, ainda faz sentido, considerando o refinamento das histórias da arte feminista, queer e decolonial nas últimas décadas? Em caso afirmativo, seria útil estender tal relação a Anita Malfatti, Amelia Peláez ou Georgette Chen? Por que algumas obras de Akbar Padamsee, Shanti Dave ou M. F. Husain, produzidas em uma época de contatos culturais esparsos entre Índia e América Larina, são facilmente comparáveis, em termos de forma, com outras produzidas por artistas latino-americanos? Quão profundos são estes paralelos temáticos e estilísticos? Em contextos muito diferentes, coincidências de forma implicam em similaridade de significado?

4.      No segundo capítulo do livro, Partha Mitter resume a questão central implicada em tais comparações transculturais: “Como podemos interpretar estes aparentes paralelismos, dado que suas experiências históricas eram essencialmente diferentes, que suas preocupações formais e linguagens visuais eram tão diferentes?” (p. 51). Significativamente, essa questão surge em uma passagem que discute as contradições do primitivismo como um modo de resistência anticolonial na Índia, comparando-o com a experiência alemã. Mitter assinala que, também na Europa, o primitivismo funcionou como uma crítica à modernidade e um desafio ao capitalismo industrial urbano. Esse fato o leva a especular sobre ligações plausíveis entre os escritos de Leo Tolstoy, Wilhelm Hausenstein ou Carl Einstein, e os ideais comunitários de Rabindranath Tagore ou o indigenismo de Jamini Roy. Essa compreensão do primitivismo artístico como “um fenômeno complexo” (p. 48) diverge da sua rejeição como mera fantasia colonialista e se encaixa em recentes reavaliações acadêmicas do conceito.[1] O simples exercício de considerar o primitivismo de um ponto de vista diferente do Norte Atlântico acrescenta uma camada adicional de significado e problematiza a relegação do termo.

5.      Com frequência, a historiografia da arte interpreta as coincidências formais entre as artes das chamadas culturas periféricas, sem comunicação direta umas com as outras, como prova de seus respectivos débitos com relação a um centro comum. Isto é particularmente verdadeiro para os séculos XIX e XX, durante os quais artistas de todo o mundo se reuniram nos mesmos locais de formação e circuitos expositivos. Capitais cosmopolitas como Paris, Londres e Nova Iorque têm sido alvo de um escrutínio constante como locais de intercâmbio artístico, particularmente se considera-se suas academias e escolas, salões e exposições, movimentos e redes de sociabilidade. As oportunidades que tais capitais ofereciam as fizeram foco de intensa migração e, por sua vez, levaram à formação de novos tipos de público, gerando o que Raymond Williams definiu como “percepções metropolitanas.[2] Centrais entre estas foram as ideias de arte moderna e de vanguarda, termos que entraram em uso em sua acepção atual entre os anos 1880 e 1910, em correlação temporal direta com o apogeu do imperialismo europeu. Ao contrário da antiga suposição de que as redes metropolitanas operavam em uma única direção - irradiando centrifugamente das capitais imperiais em direção a suas colônias subalternas - parece haver poucas dúvidas de que as margens também contribuíram para moldar o centro.[3] Um exemplo importante e amplamente reconhecido é o movimento Négritude, mas este está longe de ser uma anomalia.

6.      A preponderância das transferências culturais e intercâmbios artísticos tende a ser subestimada por uma historiografia da arte ainda muito circunscrita por fronteiras nacionais. A evidência de tais processos abunda na arte indiana do século XX, e faz com que o livro valha a pena ser lido mesmo por historiadores cujo interesse pela arte indiana é pequeno. Alguns exemplos: a surpreendente contribuição de William Morris (via E. B. Havell) para o nacionalismo indiano; a fertilização cruzada do expressionismo em torno da exposição da Bauhaus, realizada em Calcutá em 1922; o papel estratégico desempenhado por Ananda K. Coomaraswamy em levar as fotografias de Alfred Stieglitz aos museus estadunidenses; a presença prolongada de Nicholas Roerich na Índia e a importância disso para as ideias de espiritualidade russa; a presença de exilados de língua alemã na Índia durante a Segunda Guerra Mundial e seu legado cultural após a independência do país. Entre muitas outras, estas instâncias de contato entre Oriente e Ocidente solapam a noção de que a arte da Índia existe em um estado de alteridade esotérica.

7.      Ainda antes da difusão das mídias de massa, das viagens aéreas e das telecomunicações, os atravessamentos de fronteiras e os diálogos transculturais eram a regra na história da arte, e não a exceção. A proeminência alcançada pela Escola de Pintura de Bengala em Londres, Paris e Berlim, nos anos 1910 e 1920, é um caso interessante. Mais incomum é a carreira de Fanindranath Bose na Escócia, onde ele participou do movimento New Sculpture e foi nomeado associado da Royal Scottish Academy. Após a Segunda Guerra Mundial, o êxodo para Paris e Londres de Akbar Padamsee, S. H. Raza e F. N. Souza é mais amplamente reconhecido. No entanto, os artistas não seguiram apenas as desgastadas rotas do poder imperial. O período do Satish Gujral no México, entre 1952 e 1954, é um exemplo fascinante de um novo tipo de diálogo, do qual a Europa estava notavelmente excluída. Trabalhando diretamente com David Alfaro Siqueiros, e em contato com Diego Rivera, José Clemente Orozco, Frida Kahlo e Rufino Tamayo, Gujral estabeleceu uma ligação com o modernismo politicamente engajado dos muralistas revolucionários. Suas pinturas sobre a Partição da Índia representam uma instância de diálogo artístico com a América Latina, numa época em que as ideias de não alinhamento e de Terceiro Mundo estavam em seus primórdios.

8.      Olhar a história da arte de uma perspectiva indiana muda os significados de uma série de conceitos e fenômenos. Como o já mencionado primitivismo, o orientalismo é outro termo que ressoa de formas inesperadas quando examinado a partir do Oriente, e não do Ocidente. O impacto das correntes panasiáticas é representado pela presença de Okakura Kakuzo e Xu Beihong na Índia durante a primeira metade do século XX. Em ambos os casos, o principal interlocutor do lado indiano foi Rabindranath Tagore. Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1913, Tagore emerge das páginas de 20th Century Indian Art como uma figura gigantesca da história da arte global. Poeta, dramaturgo, pintor, compositor, filósofo, reformador social e educador, ele certamente merece ser mais conhecido e mais amplamente lido por um cânone da história da arte insuficientemente receptivo. Suas incansáveis viagens e as redes de contato que estabeleceu o colocam no topo da lista de indivíduos que influenciaram as ideias do modernismo não apenas em sua terra natal, Bengala, mas também na Europa, nos EUA e em outros lugares. Mesmo no Brasil, um lugar aparentemente distante de suas preocupações, o impacto de Tagore começou recentemente a ser reavaliado.[4]

9.      Embora Rabindranath Tagore tenha passado brevemente pelo Brasil - duas vezes, de fato, em 1924 e 1925, a caminho para o Chile e de lá voltando - sua influência ali se processou principalmente através de traduções de suas obras, bem como da recepção de sua imagem pública. Nos anos 1920, Tagore era uma celebridade internacional e, como tal, figurava de forma proeminente em jornais e revistas de todo o mundo. Ele foi tanto sujeito quanto objeto do que Partha Mitter chamou de "cosmópole virtual" - aquela imaginária cidade híbrida, tornada possível pela disseminação de palavras e imagens em escala planetária.[5] A amplitude das transferências e intercâmbios através de livros, periódicos, artes gráficas, fotografia e cinema entre esferas culturais que tinham pouco ou nenhum contato entre si tem sido subestimada pelos modelos tradicionais de recepção histórica da arte, que tendem a dar maior importância às associações pessoais entre artistas e personalidades. É de fato crucial saber que a visita de Tagore à Alemanha em 1921 precipitou o encontro que uniu as obras de Wassily Kandinsky com as de Gaganedranath Tagore em 1922;[6] mas é igualmente importante constatar que as subterrâneas correntes teosóficas do espiritual na arte, que informavam as obras desses dois artistas, fluíam há décadas entre a Europa e a Índia.[7]

10.    O surgimento de um espaço virtual no qual imagens podiam ser intercambiadas com facilidade sem precedentes na história não é um fenômeno da era da Internet. Ele estava em franco crescimento durante a segunda metade do século XIX, desde a invenção da impressora litográfica rotativa, na década de 1840, até o desenvolvimento de processos comercialmente viáveis de reprodução com meios-tons, nos anos 1880 e 1890.[8] No início do século XX, a impressão de fotografias em jornais, revistas e livros era direta e acessível. Dada a importância dos livros e periódicos ilustrados para o estudo da história da arte, a divulgação mundial de imagens impressas é um tópico de extrema relevância para o entendimento das transferências globais de estilos e formas. 20th Century Indian Art dedica uma louvável atenção ao desenvolvimento da fotografia - das sociedades fotográficas da era colonial à fotografia artística na Índia contemporânea. O lugar da fotografia na formação de uma nova cultura visual é devidamente considerado em ensaios de Rahaab Allana e Shukla Sawant. O livro também se dedica à gravura e às artes gráficas praticadas por artistas de renome, que se moviam sem esforço entre diferentes mídias e técnicas. Há pouca referência, no entanto, ao design ou à gráfica comercial. Isso é uma omissão reveladora quando se considera uma questão de suma importância em qualquer contexto não europeu: o que exatamente queremos dizer com arte?

11.    A concepção de arte como meio autônomo de expressão individual, desenvolvida na Europa desde a chamada Renascença, tende a ser considerada como um dado na história da arte ocidental. A narrativa do progresso artístico através de mestres e escolas, períodos e estilos, vem ao menos de Vasari até o presente, e, desde Winckelmann, carrega consigo o peso do refinamento metodológico. No entanto, como notado por James Clifford, tal concepção se baseia em uma distinção entre arte e cultura que não se enquadra confortavelmente nas avaliações antropológicas de porque os seres humanos produzem artefatos materiais e como as sociedades modernas optaram por colecioná-los.[9] Quando se fala de arte no contexto da Índia, ou de qualquer sociedade onde formas tradicionais de produção cultural coexistem com as modernas, onde exatamente se traça a linha entre arte e outras manifestações da cultura material? Em 20th Century Indian Art, essa questão candente é informada pelas contribuições de Naman P. Ahuja, Ashrafi S. Bagat, Annapurna Garimella e Jyotindra Jain, que lidaram, em diferentes extensões, com a separação entre arte e artesanato. Problematizar as distinções entre arte e artesanato, folclórico e indígena, popular e vernacular, parece ser uma das tarefas mais formidáveis - e mais urgentes - se quisermos validar comparações entre contextos culturais diversos.[10]

12.    20th Century Indian Art consegue dar conta de muitas vertentes e da diversidade de experiências englobadas sob o rótulo "arte indiana," intercalando seus 46 capítulos principais com mais de uma centena de contribuições mais curtas, apresentadas como boxes dedicados a um determinado artista ou tema. Além dos três editores, o livro conta com a autoria de mais 85 colaboradores, garantindo uma pluralidade de vozes. Seja ou não representativo do estado da história da arte indiana atual - um tópico que estou mal equipado para julgar -, o livro é bem-sucedido na tarefa de dar ao leitor uma noção da diversidade de posições e abordagens através das quais seu tema pode ser abordado. Muito mais poderia ser escrito sobre este livro, particularmente por um especialista na área. Há algumas escolhas controversas. Subsumir Bangladesh, Mianmar, Nepal, Paquistão e Sri Lanka à categoria de modernismos regionais é compreensível, dada a complexa história do subcontinente, mas levanta a questão de até que ponto o moderno Estado-Nação pode funcionar como uma categoria válida na história da arte. Do meu ponto de vista como historiador especializado no final do século XIX e início do século XX, é frustrante que os editores tenham optado por atribuir muito mais espaço - cerca de dois terços do livro - à segunda metade do século XX, chegando mesmo a transbordar para o século XXI. Como parece ser cada vez mais o caso em outros lugares quando se trata do estudo histórico da arte do século XX, os eventos mais recentes ocupam um lugar de destaque em relação a tudo que veio antes.

13.    O que 20th Century Indian Art deixa bem claro é a urgência de conduzir a história da arte, de forma mais radical e profunda, em direção aos estudos da transculturação. Somente quando transferências e intercâmbios mútuos tiverem o mesmo peso que genealogia e influência, começaremos a quebrar as hierarquias que relegam a chamada periferia a uma posição de dependência do que se presume, a priori, ser o centro. Itinerância ao invés de deslocamento; adaptação ao invés de apropriação; coocorrência ao invés de precedência; pluralidade ao invés de desvio: estes devem ser os termos do debate. Somente quando os historiadores de arte puderem olhar a disciplina a partir de uma multiplicidade de perspectivas culturais e geográficas, será possível estabelecer uma história de arte verdadeiramente global. Precisamos de mais livros como 20th Century Indian Art para outros países e regiões. Se a editora Thames & Hudson fosse persuadida a produzir volumes semelhantes para Brasil, China, Rússia, etc. - ou para, alternativamente, categorias regionais como Europa Oriental, América Latina, África Ocidental -, as oportunidades para reconhecer semelhanças no distorcedor espelho da diferença provavelmente abririam caminhos para décadas de estudo e pesquisa. Correlacionar histórias da arte no mundo todo, em vez de expor o global a partir do ponto de vista da Europa e dos EUA, é o próximo passo necessário para decolonizar a história da arte.

Tradução do inglês por Arthur Valle

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* Originalmente publicado como: Rafael Cardoso. Towards a truly global art history. Journal of Art Historiography, n. 27, dez. 2022. URL: https://arthistoriography.files.wordpress.com/2022/11/cardoso-rev.pdf

** Rafael Cardoso é historiador de arte e escritor, membro do corpo docente de Pós-Graduação em História da Arte da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGHA/UERJ), e pesquisador asssociado da Freie Universität Berlin (Lateinamerika-Institut). Seu último livro é Modernity in Black and White: Art and Image, Race and Identity in Brazil, 1890-1945 (Cambridge UP, 2021). E-mail: rafaelcardoso.email@gmail.com

[1] Ver, entre outros: SPINNER, Samuel J.. Jewish Primitivism. Stanford: Stanford University Press, 2021, p. 1-12; ETHERINGTON, Ben. Literary Primitivism. Stanford: Stanford University Press, 2017, p. xi-xvii; PHILLIPS, Ruth B.. Aesthetic primitivism revisited: The global diaspora of “primitive art” and the rise of Indigenous modernisms. Journal of Art Historiography, 12 (2015), p. 5-10; GESS, Nicola (ed.). Literarischer Primitivismus. Berlin: De Gruyter, 2013, p. 1-10.

[2] WILLIAMS, Raymond. Metropolitan perceptions and the emergence of modernism (1985). In: WILLIAMS, Raymond. The Politics of Modernism. London: Verso, 1989, p. 37-48.

[3] VEIVO, Harri. Introduction: de quoi “avant-garde” est-il le nom? In: VEIVO, Harri (ed.). Transferts, appropriations et fonctions de l’avant-garde dans l’Europe intermédiaire et du nord. Paris: L’Harmattan, 2012, p. 13-15.

[4] WOLFF, Marcus. O Tagore de Cecília Meireles e outros Tagores. Contexto, 31 (2017), p. 483-504; REIS, Eliana Lourenço de Lima; ALMEIDA, Sandra Regina Goulart; GOHN, Carlos Alberto (eds.). Literatura e cultura indianas: a herança de Tagore e a contemporaneidade (Dossiê). Aletria: Revista de Estudos de Literatura, 21/2 (2011).

[5] MITTER, Partha. Decentering modernism: Art History and Avant-Garde Art from the Periphery. The Art Bulletin, 40 (2008), p. 542.

[6] BITTNER, Regina; RHOMBERG, Kathrin (eds.). The Bauhaus in Calcutta: an Encounter of Cosmopolitan Avant-Gardes. Ostfildern: Hatje Cantz, 2013.

[7] WEIR, David. Theosophy and Modernism: a Shared but Secret History. In: RUDBØG, Tim; SAND, Erik Reenberg (eds.). Imagining the East: the Early Theosophical Society. Oxford: Oxford University Press, 2020, p. 205-228.

[8] Ver, entre outros: MUSTALISH, Rachel A.. The Development of Photomechanical Printing Processes in the Late 19th Century. Topics in Photographic Preservation, 7 (1997), p. 73-87.

[9] CLIFFORD, James. The Predicament of Culture: Twentieth-Century Ethnography, Literature, and Art. Cambridge: Harvard University Press, 1988, p. 215-251.

[10] Ver, entre outros: BITTNER, Regina; PADT, Renée (eds.). Craft Becomes Modern: the Bauhaus in the Making, Bielefeld: Kerber, 2017; FISCHER, Laura. “Aboriginal Mass Culture”: a Critical History. Visual Studies, 29/3 (2014), p. 232-248; BRU, Sascha; VAN NUIJS, Laurence; HJARTARSON, Benedikt; NICHOLLS, Peter; ØRUM, Tania; VAN DEN BERG, Hubert (eds.). Regarding the Popular: Modernism, the Avant-Garde and High and Low Culture, Berlin: De Gruyter, 2012; DEAN, Carolyn. The Trouble with (the Term) Art. Art Journal, 65/2 (2006), p. 24-33.