Volume XX, 2025 - DOI: 10.52913/19e20.xx
Neste trabalho, propomos problematizar o que chamamos de fator picassiano na revista Documents. Consideramos que esse é não apenas mais um dos tantos outros temas discutidos na revista, mas uma espécie de catalisador para muitas das inquietações que ocupavam os integrantes da mesma. Tentaremos, portanto, explicar não somente o lugar de Picasso na revista, mas também como outros problemas - inicialmente não relacionados a sua obra - encontraram em suas pinturas um canal apropriado de expressão.
Ao considerar a poeira e humildes vassouras - por meio de obras diversas como, por exemplo, gravuras do artista estadunidense Charles Henry White ou do mexicano José Guadalupe Posada -, podemos reconhecer o valor da manutenção e refletir sobre nossas próprias responsabilidades de cuidar e de preservar os espaços que habitamos.
O artigo explora as manifestações do gótico na gravura e ilustração brasileiras, destacando sua relação com as "poéticas do mal" - um conceito que envolve o medo, o grotesco e o sublime -, e abordando a transculturação dessa tendência europeia no contexto nacional. Analisando obras de artistas como Henrique Alvim Corrêa, Oswaldo Goeldi ou Nelson Boeira Faedrich, entre outros, o artigo reflete sobre o impacto cultural das temáticas sombrias e propõe novos caminhos para ampliar o estudo do gótico no Brasil.
Na segunda metade do século XIX, conscientes da necessidade de criar laços identitários que ligassem a Amazônia ao restante do Brasil, as autoridades paraenses não pouparam esforços na divulgação da imagem da monarquia como representante máximo da nação. O presente artigo analisa como o projeto de construção de uma almejada identidade nacional na província do Pará durante o Segundo Reinado teve nas artes visuais seu veículo privilegiado de promoção, que deveria forjar, no espírito dos paraenses, um sentimento de pertencimento à pátria brasileira. Vale dizer que, ao enveredar por esse caminho, procura-se também trazer à luz o ambiente artístico da Amazônia imperial, cuja história carece de ser escrita.
"Exercício Plástico" é uma obra mural criada em 1933 pelo artista mexicano David Alfaro Siqueiros em colaboração com os pintores argentinos Antonio Berni, Lino Enea Spilimbergo e Juan Carlos Castagnino, e com o cenógrafo uruguaio Enrique Lázaro. Realizado durante o período de exílio de Siqueiros na Argentina, o mural foi pensado originalmente para o subsolo da quinta que o jornalista e empresário Natalio Félix Botana tinha na localidade de Don Torcuato, na província de Buenos Aires. Apresentamos aqui uma tradução para o português do folheto em espanhol que Siqueiros e seus colaboradores escreveram para divulgar a técnica, metodologia e o ideal de projeção social que guiaram a concepção do mural.