CHROME, John de. O salão de Belas Artes - Notas comprimidas e irreverentes V. O Globo, Rio de Janeiro, 22 ago. 1929, p. 1.
De Egba
Soubemos que alguns expositores ficaram um tanto “queimados” com estas notas. A culpa não é nossa, nem deles. Apenas registramos os comentários que ouvimos entre os oficiais do mesmo ofício, nas visitas ao salão. Não vale a pena zangar e vamos adiante. Dá-se um prêmio a quem decifrar os enigmas pitorescos, estilo tarsilico, dos trabalhos de Guignard. Alvim Menge condenou o modelo a dormir no chão, quando tinha ao lado uma cama bem boa. O professor Bracet expõe um retrato de Dona Carola, com um reclame dos vitrais do Formenti. Carlos Oswaldo faz prodígios de equilíbrio com couve-flor em molho de vinagre. Fiúza expõe a cabeça que não fala em pleno espaço etéreo. Moema [?] está se especializando nos cartões postais com vistas dos becos do Rio. Formenti [Gastão Formenti], muito original no novo processo de soltar balão de São João, à distância. Henrique Bernardelli apresenta um bandeirante posando para o fotógrafo, com o primeiro cão policial colonial. Excelente o reclame do xarope peitoral, do pintor Henrique Manzo, o frasco está muito parecido. Amanhã, tem mais.
Digitalização de Mirian Nogueira Seraphim
Transcrição de Vinícius Moraes de Aguiar
CHROME, John de. O salão de Belas Artes - Notas comprimidas e irreverentes V. O Globo, Rio de Janeiro, 22 ago. 1929, p. 1.