BELAS-ARTES. O Jornal, Rio de Janeiro, 21 ago. 1927, p. 5.
De Egba
FOI CONFERIDA A “MEDALHA DE HONRA” DO “SALÃO” DESTE ANO A RODOLPHO BERNARDELLI
Revestiu um caráter de excepcional homenagem, a reunião ontem realizada na Escola Nacional de Belas Artes, para a conferição da Medalha de Honra.
O número de expositores que compareceu ao convite subiu a sessenta e quatro, não havendo ideia de comício tão numeroso ali. Outro detalhe que singulariza como viva manifestação de simpatia a deliberação dos artistas, está em que, até essa data, nenhum artista logrou obter aquela alta distinção com tão comovente unidade, por isso que, dos sessenta e quatro votantes, o nome de Rodolpho Bernardelli foi sufragado com sessenta e duas cédulas, sendo as outras duas conferidas, uma a Armando Braga, e a outra, em branco.
A mesa que presidiu aos trabalhos, composta dos srs. Elyseo Visconti, Lucilio de Albuquerque e Raul Pederneiras, sob a presidência do primeiro, conduziu os trabalhos com espírito de absoluta isenção, tendo havido grande salva de palmas ao ser proclamado o resultado do escrutínio.
Ontem mesmo uma comissão de artistas tomou a incumbência de levar a Rodolpho Bernardelli comunicação do ato de justiça que, embora tardio, lhe foi feito.
Digitalização de Mirian Nogueira Seraphim
Transcrição de Andrea Garcia Dias da Cruz