A INFLUÊNCIA DOS MODELOS PORTUGUESES NO NOVO RETÁBULO-MOR PROJETADO EM 1873, POR JOAQUIM RODRIGUES DE FARIA PARA A IGREJA DOS TERCEIROS DOMINICANOS DE SALVADOR, BAHIA

Luiz Alberto Ribeiro Freire (EBA/UFBA)

Resumo: Em 1873 o entalhador e engenheiro Joaquim Rodrigues de Faria deixou ao morrer a planta e elevação do novo retábulo-mor da Igreja da Ordem Terceira de São Domingos de Salvador, Bahia, assim como os projetos de toda a talha dessa capela-mor. A Mesa administrativa da Ordem envidou todos os esforços para adquirir os projetos, confiando o seu entalhamento a dupla formada por José dos Santos Ramos e Otto Koch. O tipo de retábulo concebido diferencia-se dos demais praticados na Bahia oitocentista, muito embora consolide a tendência neoclássica que nesta praça amadureceu nesse século. Concorreram para o novo tipo, modelos portugueses presentes na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco do Porto e outros retábulos do norte de Portugal onde o neoclássico se afirmou em soluções retabilísticas. O retábulo dos terceiros dominicanos da Bahia principiou a última grande reforma da ornamentação entalhada de que temos notícias, de todas que substituíram o barroco e o rococó em Salvador. Essa defasagem não permitiu que o novo tipo repercutisse e fosse reinterpretado em outros, mas certamente acrescentou um importante espécime PA a variegada tipologia retabilística do neoclássico baiano. Analisaremos os projetos, a obra realizada, seus modelos e as circunstâncias de seu empreendimento.