MARIA PARDOS (186?-1928) E JOSÉ MALHÔA (1855-1933): INTERCÂMBIO CULTURAL ENTRE BRASIL E PORTUGAL E O MUSEU MARIANO PROCÓPIO

Valéria Mendes Fazolato (UFJF)

Resumo: A proposta de comunicação visa divulgar resultados da investigação em torno da pintura Jornaleiro (1913), de Maria Pardos, na perspectiva da imagem como objeto de estudo. É importante, confrontar a pintura com obras de contemporâneos da iconografia brasileira e internacional do entresséculos. A comunicação tem em vista o cotejamento entre as pinturas: Jornaleiro (1913), da artista espanhola naturalizada brasileira; e, Gritando ao Rebanho (1891), de Malhôa, evidenciando: a temática comum das obras, ligadas a constituição de identidades nacionais, considerando a trajetória dos artistas e de aspectos do contexto cultural do Brasil e de Portugal. As obras fazem parte do acervo de museus que se preocuparam em preservar a memória dos referidos artistas. O Museu Mariano Procópio (fundado pelo colecionador Alfredo Ferreira Lage que instituiu a Sala Maria Pardos em 1929) e o Museu José Malhôa que leva o nome do pintor. A coleção do Museu Mariano Procópio guarda pinturas de representantes do naturalismo português, como José Malhôa, Silva Porto e Souza Pinto. Ressaltamos as relações estabelecidas por Alfredo Lage, companheiro de Maria Pardos, com artistas portugueses, a exemplo de Souza Pinto, que retratou sua mãe, Maria Amália Lage, demonstrando ter,o colecionador, afinidades com as tendências do cenário artístico da época. A comunicação, desta forma, corrobora com o esforço coletivo de investigação dos intercâmbios culturais entre Brasil e Portugal no período Republicano.