HISTORICISMO E MODERNISMO: A CIDADE E SEUS MONUMENTOS

Claudia Thurler Ricci (Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro / Superintendência da Leitura e do Conhecimento)

Resumo: Nesta comunicação será analisada, através da produção de dois arquitetos, a relação entre arquitetura, história e memória na elaboração de uma imagem de cidade na qual o passado integra-se como pressuposto básico para a construção de um projeto de modernidade.

O arquiteto historicista Morales de los Rios (Sevilha, 1858 - Rio de Janeiro, 1928) volta-se para a matriz arquitetônica europeia reconhecendo neste passado a fonte para a construção de um projeto de civilização para o futuro. Mas o colonial brasileiro mesmo não sendo inspiração para seus projetos arquitetônicos, merece sua atenção pois é na edificação que “os povos marcam os seus costumes”, passando portanto a ter o estatuto de monumento a ser preservado. Já Lúcio Costa (Paris, 1902 - Rio de Janeiro, 1998), mentor da moderna arquitetura brasileira e do SPHAN, não vislumbra o passado como agente da construção de um futuro no que se refere ao projeto arquitetônico, entretanto seu olhar igualmente se volta para o passado colonial como marco de uma identidade nacional.

Este diálogo com o colonial brasileiro, embora tenha a guiá-los objetivos de construção de imagens diferentes, tem a uni-los a mesma perspectiva: o valor da edificação como obra de arte, contendora de um significado histórico a ser preservado o que garante seu estatuto de monumento.