AS ARQUITETURAS EFÊMERAS NA COROAÇÃO DE D. PEDRO II ATRAVÉS DOS DESENHOS DE RAFAEL MENDES DE CARVALHO

Piedade Grinberg (Solar Grandjean de Montigny; PUC/RJ)

Resumo: As arquiteturas efêmeras, herdadas de Portugal e, por sua vez, recebidas das seculares tradições européias, desde o Renascimento até as aristocráticas festas barrocas, aparecem no Brasil por ocasião dos grandes eventos festivos desde o século XVIII, mas adquirem uma grande evidência na primeira metade do século XIX, em relação à presença da corte na cidade do Rio de Janeiro.

Os tradicionais festejos reproduzidos na realidade política e social brasileira, determinada por uma estrutura colonial e escravocrata, assumem um diferente significado tanto a nível arquitetônico e urbano quanto social.

A celebração da coroação de Dom Pedro II em 1841 resultou num aparato muito elaborado, pomposo e luxuoso, se comparado aos anteriores. Como nas outras coroações, foi edificada no largo do Paço a então já tradicional construção provisória: a famosa varanda da aclamação, ligação entre o Paço da Cidade e a Capela Imperial, com projeto do arquiteto e pintor Manuel de Araújo Porto Alegre e esculturas seu aluno Marc Ferrez.

Os desenhos da varanda e das iluminações e arcos de diferentes estilos estão preservados até nós através da coleção de desenhos de Rafael Mendes de Carvalho. (Coleção Fundação Biblioteca Nacional).