PARIS, LOUVRE E CÓPIAS: VICTOR MEIRELLES NA SALA 77

Fernando C. Boppré (Museu Victor Meirelles/SC)

Resumo: Outrora consideradas menores, as cópias realizadas no século XIX podem fornecer novos caminhos para a compreensão de Victor Meirelles, um dos principais nomes da arte brasileira. França, século XIX: a sala 77 do Museu do Louvre é dedicada ao romantismo na pintura francesa. Lá se encontram, dentre outras obras, Le Radeau de la Méduse, 1819, de Théodore Géricault, e Les Femmes Suliotes, 1827, de Ary Scheffer. Brasil, século XXI: no andar superior do Museu Victor Meirelles, em Florianópolis, encontram-se lado a lado duas pequenas cópias intituladas O Naufrágio da Medusa e As Mulheres Suliotas, realizadas pelo artista a partir das telas de Géricault e Scheffer. A coincidência espacial em relação à curadoria de ambos os museus - ou seja, ambas as telas estão numa mesma sala, com a diferença daquelas serem “originais” e estas “cópias” - aponta para uma conjunção que pode e deve ser aprofundada. O que ligaria estas obras localizadas em ambientes tão distintos? E, sobretudo, qual a importância delas na trajetória de Victor Meirelles de Lima (1832-1903), considerado um dos principais nomes da pintura brasileira do século XIX?