ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O NEOGÓTICO NO BRASIL

Maria Lucia Bressan Pinheiro (FAU/USP)

Resumo: Em 1886, o primeiro número da Revista dos Constructores publicou uma relação de “Obras Importantes da Construcção Civil em execução no Rio de Janeiro” da qual faziam parte a Repartição Fiscal da Alfândega, do engenheiro Antônio Del Vecchio, e o Gabinete Português de Leitura, do arquiteto Rafael de Castro. A inclusão destes prédios neogóticos numa tal relação denota a popularidade que o “mais estrangeiro dos estilos” - como diria mais tarde Mário de Andrade - estava alcançando, naquele momento. Compartilhando a visão de Patetta, para quem o ecletismo corresponde ao “complexo de experiências arquitetônicas de 1750 até fins do Oitocentos, isto é, da crise do Classicismo até as origens do Movimento Moderno” - e, portanto, considerando o Neogótico como uma das manifestações do Ecletismo -, o presente trabalho pretende discutir as justificativas apresentadas pelos próprios autores de projetos neogóticos para sua opção estilística, analisando-as no contexto de sua época. Pretende, também, relacionar estas manifestações oitocentistas com o surto de construção de igrejas neogóticas que caracterizou as primeiras décadas do século XX em inúmeras cidades brasileiras.

Palavras-chave: Neogótico; Ecletismo; Século XIX.