FREDERICO STECKEL

(Dresden, Alemanha, 1834 [1] – Rio de Janeiro, RJ, 1921)

por Ricardo Giannetti

De origem alemã, nascido em Dresden, Friedrich Anton Steckel mudou-se para o Brasil em meados do século XIX. Estabeleceu-se profissionalmente no Rio de Janeiro, onde chegou a viver por cerca de trinta anos. Dedicava-se à arte decorativa como principal especialidade, sendo este um ofício do qual se ocuparam outros membros de sua família. Já se encontrava há algum tempo nesta atividade quando o pintor bávaro Johann Georg Grimm chegou ao país. Durante um certo período Georg Grimm trabalhou em seu estabelecimento executando serviços de pintura decorativa.

Frederico Steckel manteve endereços comercias à rua do Lavradio n.º 16 e em Mangaratiba. Dentre os inúmeros prédios que contaram com seus trabalhos destaca-se a decoração na sede do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, onde compôs importantes pinturas e ornamentos em relevo. Também o castelo da ilha Fiscal recebeu a pintura decorativa do artista. Em uma certa época, formou uma numerosa coleção particular de quadros de pintores europeus e chegou a exercer significativa influência na vida artística carioca.

Em fins de 1896, o Governo de Minas Gerais, através da Comissão Construtora da Nova Capital firmou com Frederico Steckel um contrato para a realização de todo o trabalho de ornamentação e decoração interna e externa dos edifícios do Palácio Presidencial e das três Secretarias de Estado (do Interior, das Finanças e da Agricultura) - todos de autoria do arquiteto José de Magalhães e em fase de construção, localizados na praça da Liberdade -, assim como a aplicação de acabamentos em casas construídas para os funcionários públicos da futura capital. Deixou também obras diversas nos prédios da Imprensa Oficial, do Palácio da Justiça, na capela da Santa Casa de Misericórdia, dentre outros. Terminou por estabelecer-se definitivamente em Belo Horizonte. Nada mais certo e apropriado, a cidade estava em pleno desenvolvimento e muitas eram as construções que demandavam seus serviços e conhecimentos.

Pintor paisagista de inegável mérito, teve muitos de seus quadros destinados à importantes pinacotecas. Participou da Exposição Geral de Belas Artes do Rio de Janeiro no ano de 1898. Ainda nesta mesma época, em meio à inúmeras outras iniciativas, criou uma associação recreativa e cultural chamada Club das Violetas, que funcionou sob sua direção durante algum tempo na capital mineira.

Em sua bela casa comercial, conhecida como Palacete Steckel, organizou, em 1901, uma memorável exposição de pintura, desenho e gravura, com obras de vários artistas. Em 1904, foi um dos pintores representantes do Estado de Minas Gerais na Exposição Universal de Saint Louis, nos Estados Unidos. Esteve presente com seus quadros nas primeiras Exposições Gerais de Belas Artes de Belo Horizonte, nos anos de 1917 e 1919. Nos trabalhos de paisagem, fixava preferencialmente aspectos da cidade e da região: Fazenda do Cardoso; Vista dos prédios das secretarias da praça da Liberdade (1900); Panorama de Morro Velho (1903); Jazida de mármore, lugar denominado Acaba Mundo. No acervo do Museu Histórico Abílio Barreto encontra-se a tela Vista da avenida João Pinheiro, óleo sobre tela, 35 x 45 cm (1908).

Frederico Antônio Steckel experimentou ao final de sua vida um período de muitas dificuldades, empobrecido e já debilitado. Terminou por retornar ao Rio de Janeiro, onde se viu na contingência de ter que seguir trabalhando efetivamente até pouco antes de morrer, no ano de 1921.

* Veja mais sobre Frederico Steckel em DezenoveVinte

_______________

[1] Ainda não se encontram estabelecidos dados precisos concernentes ao seu nascimento, sua formação ainda na Alemanha, data e as circunstâncias da transferência de sua família para o Brasil.

Fonte da Imagem: <http://www.artedata.com/crml/retratos/abretp03.htm>. Acesso em 1 set. 2009.