GERSON POMPEU PINHEIRO

(Campinas, SP, 1910 - Rio de Janeiro, RJ, 1978)

CRONOLOGIA DE GERSON POMPEU PINHEIRO

por Luiz Otávio Pinheiro

1910 - Nasce Gerson Pompeu Pinheiro em Campinas, Estado de São Paulo, filho de João Pinheiro Filho e Thereza Pompeu Pinheiro;

1921 - Aos onze anos, faz um retrato a sauce e esfuminho de D.Pedro II (cf. Imagem), em tamanho natural, exposto em Campinas, Piracicaba e São Paulo;

1922 - Compõe e pinta Homenagem do Presente ao Passado, menção honrosa na Exposição Internacional do Centenário da Independência, Rio de Janeiro;

1924 - Mudança para o Rio de janeiro, onde se matricula na Escola Nacional de Belas Artes. Durante três anos é aluno de Desenho de Lucílio de Albuquerque. Participa, pela primeira vez, do Salão Nacional, com o óleo Mística, aos 14 anos de idade;

1925 - Publica seus primeiros desenhos a nanquim e crayon no jornal O País, atividade que exerce para ajudar nas despesas da família até o final da década de 1930, publicando também no O Globo, Diário Carioca, Jornal do Brasil, Correio da Manhã, A Revista da Semana e Fono-Arte;

1926 - Matricula-se no Curso Especial de Arquitetura;

1930 - Forma-se como aluno destacado, concluindo o concurso final intitulado de Grau Máximo e é premiado com a Grande Medalha de Ouro; recebe menção honrosa na Exposição do IV Congresso Panamenricano de Arquitetura;

1931 - Monta com Affonso Eduardo Reidy, um escritório de Arquitetura, e ganha concurso público com o projeto para o Albergue da Boa Vontade, primeiro edifício moderno construído no Rio de Janeiro; participa ativamente, até 1935, do surto renovador da Arquitetura no Brasil, escreve artigos na imprensa diária e especializada e faz conferências e palestras radiofônicas na defesa da Arquitetura Moderna;

1933 - É nomeado, após submeter-se a concurso público, desenhista do Ministério da Marinha, onde permanece até 1940;

1934 - Conhece Stella (Maria Raphaella Damasceno Pinheiro) que se tornaria sua esposa e modelo ideal;

1935 - Concorre, sob o pseudônimo de Alpha, com mais 32 candidatos, para a elaboração da sede do antigo Ministério da Educação e Saúde (MES), hoje Palácio da Gustavo Capanema.

1937 - É um dos três escolhidos, dentre 33 concorrentes, para projetar a sede do MES; Gustavo Capanema usa sua prerrogativa de desempate para classificar Gerson por julgar seu projeto possuidor de aspectos mais modernos que dos outros concorrentes. Mais tarde, a famosa sede do Ministério teve outro projeto de Le Corbusier e Oscar Niemeyer;

1938 - Recebe o título de Docente-Livre da cadeira de Teoria e Filosofia de Arquitetura, da Escola Nacional de Belas Artes; recebe o Prêmio Ilustração Brasileira , do Salão, com o retrato Minha Mãe;

1940 - Concorre e é habilitado à Cátedra de Desenho do Colégio Pedro II; com o óleo Auto-Retrato, recebe sua primeira menção honrosa no Salão Nacional de Belas Artes;

1941 - É diplomado na Faculdade Nacional de Filosofia e licenciado em Desenho; recebe a Medalha de Bronze no Salão Nacional, com o óleo Retrato;

1942 - É nomeado catedrático interino de Perspectiva, Sombras e Estereotomia da Escola Nacional de Belas Artes e casa-se com Stella;

1943 - Recebe a Medalha de Prata em Pintura no Salão Nacional de Belas Artes com A Jarra Vermelha;

1944 - Primeira exposição individual; participa do salão com Meu pai, A Casa dos Contos, e A Inteligência e o Direito Dominando a Força; pinta o retrato do General Arnaldo Damasceno Vieira, seu sogro;

1946 - A família Pompeu Pinheiro muda-se para o prédio de três andares na rua Barão de Jaguaribe, projetado e construído por Gerson;

1947 - Nasce seu filho João Ismael; é nomeado catedrático de Perspectiva, Sombras, e Estereotomia da Faculdade Nacional de Arquitetura e recebe o grau máximo de Doutor em Arquitetura; realiza sua segunda exposição individual; é eleito, por aclamação, vice-presidente da Associação de Ensino de Engenharia e Arquitetura, durante o II Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia e Arquitetura, realizado em São Paulo;

1948 - Expõe no Salão as composições Prometeu Acorrentado, Madalena e Minhã Mãe;

1949 - Nasce seu filho Luiz Otávio;

1950 - É nomeado, após submeter-se a concurso, catedrático de Perspectiva, Sombras e Estereotomia na Escola Nacional de Belas Artes, cadeira que vinha ocupando interinamente desde 1942; pinta o óleo Maternidade e o retrato de Pedro Calmon, então Reitor da Universidade do Brasil.

1951 - Viaja à Europa, onde permanece um ano; Em Paris, freqüenta a famosa Academia Julian, estudando composição e afresco com Pierre Ducos de la Haille; visita museus e escolas da França, Bélgica, Holanda, Suiça, Alemanha, Áustria, Itália, Espanha, Inglaterra e Portugal;

1952 - Regressa da Europa e expõe uma preciosa coleção de livros raros dos séculos XVI, XVII e XVIII sobre Arte e Perspectiva adquirida durante a viagem e realiza exposição individual com telas pintadas no exterior;

1953 - Organiza sua terceira individual de pintura, marco na sua carreira, e é saudado pela crítica especializada que identifica uma mudança de rumo em sua obra, agora com influências figurativas; viaja ao Chile integrando uma comissão da Universidade do Brasil (hoje UFRJ) e destaca-se como orador durante o Congresso Universitário de Santiago; participa do I Congresso Brasileiro de Arte, em Porto Alegre;

1955 - Morre sua mãe Thereza e Gerson começa a interessar-se por fenômenos paranormais; entra em contato com médiuns famosos, realiza sessões espíritas em sua residência e freqüenta centros de grande reputação, onde se manifestavam fenômenos extrasensoriais; com a doença e afastamento de Alfredo Galvão, Gerson assume interinamente, a direção da Escola Nacional de Belas Artes; profere palestra a conferencia O conhecimento e a representação da forma na ENBA;

1956 - Pinta O Sermão da Montanha, composição que marca sua fase mística; representa a ENBA junto à Comissão de Organização e Julgamento do concurso para a construção do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, presidida pelo Marechal Mascarenhas de Moraes;

1957 - Conhece Huberto Rohden (cf. Imagem), ex-sacerdote e teólogo importante, fundador do Centro de Auto-Realização Alvorada, movimento filosófico e espiritualista; deste encontro nasce um relacionamento intenso e duradouro, que influencia a vida e a obra de Gerson Pompeu Pinheiro;

1958 - É eleito, por unanimidade, diretor da ENBA, toma posse em 1º de maio e promove amplas e profundas reformas; sua primeira gestão é marcada por obras e mudanças curriculares;

1959 - Conhece Santino Parpinelli, violinista e professor da Escola Nacional de Música, que se tornaria um de seus mais íntimos amigos;

1960 - Organiza sua quarta exposição individual na Galeria Macunaíma e volta às suas raízes pictóricas, abandonando as influência da fase pós-Europa; pronuncia o discurso Efeméride por ocasião do aniversário da Escola;

1961 - Termina sua primeira gestão na direção da ENBA; apresentação da surpreendente tese Arte é Pura Manifestação de Deus, que consta apenas de uma frase, e faz uma brilhante defesa, recebendo o título de Doutor em Pintura;

1963 - Profere palestra sobre o Ensino e modernismo nas Belas Artes;

1964 - Eleito pela segunda vez diretor da ENBA; pinta D.Pedro II e Almeida Junior;

1965 - Morre seu pai João Pinheiro Filho; Recebe a Medalha de Bronze do Salão Paulista de Belas Artes; pinta O Despertar da Guanabara, óleo de grandes proporções tendo como modelo Gilda Caselli, segunda colocada no concurso Miss IV Centenário; projeta e supervisiona a construção da casa de campo em Teresópolis

1966 - Organiza as comemorações do Sesquicentenário da Escola Nacional de Belas Artes; recebe o Prêmio Sarah Villela do Salão de Artes Plásticas da Associação de Artistas Brasileiros; sua saúde é abalada por diversos problemas; discursa sobre o tema A Escola de Belas Artes e a cultura nacional e a Exposição Geral de Belas Artes do IV Centenário; Saúda o professor Humberto Rohden na ENBA;

1967 - Organiza sua quinta e última exposição individual, ampla retrospectiva de seus trabalhos em comemoração a dois marcos de sua carreira: Jubileu de Prata no Magistério Superior e 50 Anos de Arte;

1968 - Nomeado para a direção da ENBA pela terceira vez, através de decreto; profere a palestra, na ENBA, Expressões da arte brasileira, e, quando completou 25 anos na cadeira de Perspectiva e Sombras, a que se intitulou Um quarto de século no magistério de Belas Artes. Promoveu a Reforma do Ensino Artístico;

1972 - Transferência da Escola de Belas Artes para a Cidade Universitária, na Ilha do Fundão; as cátedras são substituídas pelo cargo de professor-titular de departamento; decide lecionar Estética na Escola de Belas Artes mas afasta-se, pouco a pouco, da atividade de magistério;

1978 - É agraciado com o título de Professor Emérito da Faculdade Nacional de Arquitetura; os sintomas de uma doença incurável voltam a se manifestar; Gerson Pompeu Pinheiro morre em 16 de novembro, no Rio de Janeiro.

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